Em 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho, Minas Gerais, uma barragem de rejeitos que continha resíduos de minério de ferro colapsou. Isso resultou em um fluxo de lama devastador, que destruiu tudo o que encontrou e, consequentemente, matou 272 pessoas.
As famílias das vítimas criaram a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – AVABRUM –, cujo objetivo é buscar os direitos daqueles que sofreram a perda de seus entes queridos. A Vale S.A., responsável, foi obrigada a pagar uma série de indenizações pelo crime.
Uma delas é a criação do Memorial em homenagem às vítimas, resistente ao apagamento do tempo e da história, projeto do arquiteto Gustavo Penna.
Misturados ao arvoredo original, onde o Memorial foi construído, foram plantados 272 ipês amarelos, árvores que florescem quando a seca aperta e nos mostram que, apesar de tudo, a vida continua.
Recortada em metal e iluminada, a flor do ipê se repete ao longo de um percurso de 230 metros, em direção ao rompimento: uma flor para cada vítima – elas se acendem como uma espécie de procissão que testemunha o ocorrido, de forma inapagável.
Em aço Corten, os equipamentos de sinalização mimetizam as formas, as vistas e os ângulos do projeto arquitetônico e mostram o caminho de maneira quase silenciosa.
Uma tipografia exclusiva, inspirada nos tipos cravados em pedra, frequentes em espaços de memória, foi criada em parceria com a Blackletra. A tipografia “Brumadinho” tem suas versões com serifa, sem serifa e ALMA.
Arquitetura, Design e Tipografia em um projeto que confronta o indivíduo e o coloca de frente para o registro inegável da realidade. É um espaço de reflexão, homenagem e preservação da memória coletiva. Que tragédias assim não se repitam jamais.
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